Dr. Joaquim Vaz da Costa, Promotor
Público e depois Juiz de Direito da Comarca.
Sendo nomeado Desembargador em 1928, indo
morar Teresina, o Dr. Vaz da Costa transferiu para lá suas atividades
políticas. Ligado ao Governador Matias Olímpio, integrou-se à Aliança Liberal,
que fazia a campanha de Getúlio
Vargas a Presidente da República.
Perdida a eleição, Vaz da Costa
juntou-se aos conspiradores que pregavam a revolução armada. Em outubro de 1930,
ele foi pessoalmente, alta madrugada, chefiando um grupo armado, ao palácio de
Karnak depor o governador[1].
Bem sucedido, empossou no cargo o Vice- Governador Humberto de Area Leão,
Comandante da Marinha de Guerra, levando o governador deposto para o quartel do
25 BC, onde o manteve preso. O Piauí foi o primeiro estado que fez explodir a
revolução. Deu o grito para ao resto do país, que seguiu seu exemplo. O
Desembargador Vaz da Costa ficou envaidecido com os aplausos recebidos pelo
sucesso do golpe, pois estava numa evidência extraordinária.
Não demorou muitos meses para se
desentender com o novo governador e entrou em outra empreitada. Juntando seus
simpatizantes e seguidores, aplicou novo golpe, depondo e prendendo o
governador, e entregou o cargo ao Capitão Lemos Cunha, que estava no comando da
Guarnição Federal. O Desembargador ficou endeusado na Capital. Eu estudava lá
nessa época. Só se falava nele, na sua audácia, valentia, coragem e prestígio
dentro da revolução.
Nova briga do Desembargador e a
bagunça se instalou no palácio do governo, porque o candidato à substituição
era ele mesmo, mas não tinha a aprovação do comando revolucionário, que no
nordeste era exercido pelo tenente Juarez Távora. O Presidente da República
nomeia para Interventor o tenente Landri Sales. A paz não dura muito tempo, o
cabo Amador levanta o quartel da policia, vai de surpresa ao Karnak e prende o Tenente
Landri, que fica de início submisso, mas fogo encontra um meio de se livrar,
reúne um grupo de militares e vai para o quartel da polícia, onde trava um
tiroteio e o retoma, prendendo os rebeldes.
Voltando ao Karnak, onde foi pequena
a resistência, reassume seu posto, restabelece a ordem e instaura sindicância,
para punir os culpados. Dentro de poucos dias, o Desembargador é considerado
culpado e vai preso, respondendo processo.
Logo no início da revolução, Vaz da
Costa faz nomear prefeito de São João seu sogro José Torquato, que morava na
fazenda Alegre. Com o desfecho da briga do Tenente Landri, não era concebível
sua permanência no cargo, oferecido então a Raimundo Pereira de Sousa, que se
tornou conhecido do Interventor Landri pelos bons serviços prestados na
aplicação dos recursos vindos para socorrer os flagelados da seca de 32.
Nomeado, tomou posse no segundo semestre de 1932.