segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

São João do Piauí - Filhos Ilustres I



Em 1948, depois de um longo período de ditadu­ra, Rodolfo Pereira de Sousa foi eleito e empossado Pre­feito do município, juntamente com sete vereadores, de que se compunha a Câmara Municipal
Entre as realizações da nova administração, uma foi produto de acordo do Prefeito com os vereadores dos dois partidos então existentes: a revisão dos nomes dos logradouros públicos da cidade. Essas honrarias eram reservadas para homenagear personalidades ilustres da política, das letras e da ciência. Assim tínhamos as ruas Getúlio Vargas, Rui Barbosa, Floriano Peixoto, Coelho Rodrigues, Alvaro Mendes e de outros varões da pátria, sem constar uma rua sequer dedicada a filho da terra.
Do entendimento realizado entre os novos admi­nistradores, que foi transformado em lei, os papéis se inverteram: os homenageados foram todos substituídos por conterrâneos, que aqui nasceram ou viveram e pres­taram serviço relevante ao torrão natal. Na época, essas ilustres personalidades eram conhecidas por força da tra­dição oral, mas a nova geração de hoje fica interrogando quem é quem nas placas lidas nas paredes.
Assim sendo, resolvemos dar ligeiros traços bio­gráficos desses entes queridos, que dormem o sono eter­no nos cemitérios.
I - Honório Santos (praça), nascido na cidade de Riacho de Casa Nova, do estado da Bahia, aqui chegou solteiro e se casou duas vezes, deixando uma prole nu­merosa. Foi comerciante, proprietário da "Loja Grande", fazendeiro, na localidade Taboleiro Alto, à margem do rio Piauí; político, elegeu-se duas vezes Intendente Mu­nicipal e chefiou por muitos anos o partido da família Carvalho, quando sustentou duras pelejas contra os ad­versários, que tinham como líder maior o advogado, pro­motor e juiz Joaquim Vaz da Costa, depois desembargador do Tribunal de Justiça. Morou todo esse tempo em uma casa modesta, situada na esquina da praça que tem o seu nome. Outra honraria que conquistou na terra adotiva foi a patente de Major da Guarda Nacional, tornando-se conhecido por Major Honório, dentro e fora do municí­pio. Perdeu a política, o prestígio e a patente em 1930, por força da revolução vitoriosa de Getúlio Vargas.
II - Herculano Carvalho (praça), proprietário da Casa do Bugio, rico fazendeiro e senhor de escravos, influente na política, por força do nome e do prestígio da família. Seu filho, Manoel Clementino de Carvalho, foi deputado estadual por duas legislaturas, contemporâneo e companheiro do major Honório e com ele caiu na re­volução de 30. Outro filho ilustre - Benedito Clementino de Carvalho - exerceu durante toda a vida o cargo de Coletor Federal em São João do Piauí.
III- Noé Carvalho (praça do comércio) era filho de Francisco Ferreira de Carvalho, casado com D. Letícia Cecília de Sousa, teve grande destaque no comércio lo­cal. Depois de adquirir apreciável capital, levantou vôo para outras terras, indo esbarrar no povoado França, do município de Jacobina, no estado da Bahia. Lá abriu casa comercial, mas a saúde não o ajudou. Acometido de pertinaz doença, foi mal sucedido e regressou depois de cinco anos, para encontrar a morte entre os parentes.
Deixou três filhos: João Batista de Carvalho, que foi comerciante e vereador; José Pereira de Carvalho, Agente de Estatística, e Maria Cleusa de Carvalho, to­dos já falecidos.
IV- Ministro Pedro Borges (Travessa). Quem era esse cidadão? Nascido da fazenda Bugio, interior deste município, era filho de Raimundo da Silva Borges e Isabel Ferreira de Carvalho. Formou-se em direito, exerceu o mandato de Deputado Federal, foi Juiz Federal em Teresina e Ministro do Tribunal de Segurança Nacional, no Rio de Janeiro. Aposentou-se e regressou ao Piauí, fixando residência em Teresina, onde faleceu.
Seu filho, Pedro Borges Filho, era major do Exército Nacional, foi comandante do Batalhão da Policia Militar, exer­cendo a seguir o mandato de deputado estadual.

Agora perguntam (e eu respondo) quem foi Raimundo da Silva Borges, pai do Ministro Pedro Borges. Nascido em São João do Piauí, Doca Borges, como era conhecido, transferiu residência para a nascente cidade de Floriano, onde foi uma das personalidades mais ilus­tres. Deputado Estadual por 12 mandatos, Vice-Governador, assumiu por seis meses o Governo do Esta­do, foi um dos dirigentes da política do Piauí, na Repú­blica Velha, chamado e reconhecido como chefe do sul do Estado.

2 comentários:

  1. Os vereadores precisam fazer uma reformulação no nome das ruas novas. Assim como, o nome de travessas para rua,exemplo: há a praça Herculano Carvalho, em seguida há uma travessa que inicia na praça vai até o Alto da Caixa Dágua, com esse mesmo Nome, e assim há outras. Também Nomes que precisa ser feito uma divulgação da personalidade histórica do homenageado. Observei que há muitas ruas de nomes, estranho pra história do Município

    ResponderExcluir
  2. Eu gosto do nome Travessa, acho interessante e orientador. Já se fica sabendo se segue a orientação do rio ou não.
    Concordo que se deva homenagear pessoas do município, como também é possível nome de árvores ou flores significativas

    ResponderExcluir