Em 1948,
depois de um longo período de ditadura, Rodolfo Pereira de Sousa foi eleito e
empossado Prefeito do município, juntamente com sete vereadores, de que se
compunha a Câmara Municipal
Entre as realizações
da nova administração, uma foi produto de acordo do Prefeito com os vereadores
dos dois partidos então existentes: a revisão dos nomes dos logradouros públicos
da cidade. Essas honrarias eram reservadas para homenagear personalidades
ilustres da política, das letras e da ciência. Assim tínhamos as ruas Getúlio
Vargas, Rui Barbosa, Floriano Peixoto, Coelho Rodrigues, Alvaro Mendes e de
outros varões da pátria, sem constar uma rua sequer dedicada a filho da terra.
Do entendimento realizado entre os novos administradores, que foi
transformado em lei, os papéis se inverteram: os homenageados foram todos
substituídos por conterrâneos, que aqui nasceram ou viveram e prestaram serviço
relevante ao torrão natal. Na época, essas ilustres personalidades eram
conhecidas por força da tradição oral, mas a nova geração de hoje fica
interrogando quem é quem nas placas lidas nas paredes.
Assim sendo,
resolvemos dar ligeiros traços biográficos desses entes queridos, que dormem o
sono eterno nos cemitérios.
I - Honório Santos (praça), nascido na cidade de Riacho de Casa Nova, do
estado da Bahia, aqui chegou solteiro e se casou duas vezes, deixando uma prole
numerosa. Foi comerciante, proprietário da "Loja Grande", fazendeiro, na localidade Taboleiro Alto, à margem
do rio Piauí; político, elegeu-se duas vezes Intendente Municipal e chefiou
por muitos anos o partido da família Carvalho, quando sustentou duras pelejas
contra os adversários, que tinham como líder maior o advogado, promotor e
juiz Joaquim Vaz da Costa, depois desembargador do Tribunal de Justiça. Morou
todo esse tempo em uma casa modesta, situada na esquina da praça que tem o seu
nome. Outra honraria que conquistou na terra adotiva foi a patente de Major da
Guarda Nacional, tornando-se conhecido por Major Honório, dentro e fora do
município. Perdeu a política, o prestígio e a patente em 1930, por força da
revolução vitoriosa de Getúlio Vargas.
II - Herculano Carvalho (praça), proprietário da Casa
do Bugio, rico fazendeiro e senhor de escravos, influente na política, por
força do nome e do prestígio da família. Seu filho, Manoel Clementino de
Carvalho, foi deputado estadual por duas legislaturas, contemporâneo e
companheiro do major Honório e com ele caiu na revolução de 30. Outro filho
ilustre - Benedito Clementino de Carvalho - exerceu durante toda a vida o cargo
de Coletor Federal em São João do Piauí.
III- Noé Carvalho (praça do comércio) era filho de
Francisco Ferreira de Carvalho, casado com D. Letícia Cecília de Sousa, teve
grande destaque no comércio local. Depois de adquirir apreciável capital,
levantou vôo para outras terras, indo esbarrar no povoado França, do município
de Jacobina, no estado da Bahia. Lá abriu casa comercial, mas a saúde não o
ajudou. Acometido de pertinaz doença, foi mal sucedido e regressou depois de
cinco anos, para encontrar a morte entre os parentes.
Deixou três filhos: João Batista de Carvalho, que
foi comerciante e vereador; José Pereira de Carvalho, Agente de Estatística, e
Maria Cleusa de Carvalho, todos já falecidos.
IV- Ministro Pedro Borges (Travessa). Quem era esse
cidadão? Nascido da fazenda Bugio, interior deste município, era filho de
Raimundo da Silva Borges e Isabel Ferreira de Carvalho. Formou-se em direito,
exerceu o mandato de Deputado Federal, foi Juiz Federal em Teresina e Ministro
do Tribunal de Segurança Nacional, no Rio de Janeiro. Aposentou-se e regressou
ao Piauí, fixando residência em Teresina, onde faleceu.
Seu filho, Pedro Borges Filho, era major do
Exército Nacional, foi comandante do Batalhão da Policia Militar, exercendo a
seguir o mandato de deputado estadual.
Agora perguntam (e eu respondo) quem foi Raimundo
da Silva Borges, pai do Ministro Pedro Borges. Nascido em São João do Piauí,
Doca Borges, como era conhecido, transferiu residência para a nascente cidade
de Floriano, onde foi uma das personalidades mais ilustres. Deputado Estadual
por 12 mandatos, Vice-Governador, assumiu por seis meses o Governo do Estado,
foi um dos dirigentes da política do Piauí, na República Velha, chamado e
reconhecido como chefe do sul do Estado.
Os vereadores precisam fazer uma reformulação no nome das ruas novas. Assim como, o nome de travessas para rua,exemplo: há a praça Herculano Carvalho, em seguida há uma travessa que inicia na praça vai até o Alto da Caixa Dágua, com esse mesmo Nome, e assim há outras. Também Nomes que precisa ser feito uma divulgação da personalidade histórica do homenageado. Observei que há muitas ruas de nomes, estranho pra história do Município
ResponderExcluirEu gosto do nome Travessa, acho interessante e orientador. Já se fica sabendo se segue a orientação do rio ou não.
ResponderExcluirConcordo que se deva homenagear pessoas do município, como também é possível nome de árvores ou flores significativas